Quem passa em frente aos prédios do Centro Cultural Adjuto Dias e da Base Avançada do IBAMA pode perceber sobre a calçada um barraco onde em um passado bem próximo reinava a alegria e o divertimento, e hoje impera apenas a tristeza.
Nesse local funcionava sob o comando de Francisco Bernardo, o 'Barraco do Chico'.
Homem de meia idade, amigo dos amigos, honesto e batalhador pela vida, o barraco era sua única fonte de obtenção de renda para o seu sustento.
Construído em alvenaria e caprichosamente revestido com restos de cerâmicas que Chico catava em construções, o local era mantido impecavelmente limpo e organizado.
Boêmios, seresteiros e transeuntes eram os seus clientes. Pessoalmente, nos meus horários de folga cheguei a tomar várias e varias cervejas. Sempre geladíssimas.
Infelizmente o barraco foi construído em um local considerado proibido pela legislação em vigor, por impedir a mobilidade das pessoas.
Notificado pelas autoridades de que teria seu barraco demolido o 'barraqueiro' entrou em depressão e vivia questionando com os seus fregueses sobre como seria o seu futuro, já que não sabia como iria se manter e dar sustenso aos seus familiares.
E veio o pior.
Na tarde do dia 11 de outubro passado, Chico se sentiu mal e veio à óbito.
Não tenho certeza da sua causa-mortis. Mas comentários que circulam por toda Caicó afirmam que foi um infarte fulminante.
Hoje, o barraco ainda continua de pé. Já o amigo Chico repousa seu corpo sob a terra do cemitério do Campo Jorge.
Saudade e uma certeza: No 'Barraco do Chico' está faltando ele!
por Bira Viegas
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